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Super Crate Box

O poder das micro-decisões

4 de novembro de 2019

Desde que Super Crate Box foi feito, ele vem influenciado os últimos 9 anos de desenvolvimento independente. Esse game foi feito pela Vlambeer, que atualmente é mais conhecida por jogos como LUFTRAUSERS, Nuclear Throne ou o jogo em pixel art Serious Sam: The Random Encounter.

O ideia inicial do Super Crate Box era dar alguns passos pra trás, trazendo a experiência do fliperama clássico nos moldes dos jogos de hoje. Quando eu falo de fliperama clássico, não estou falando de King of Fighters, Metal Slug ou Cadillacs e Dinossauros. Estou falando de Pacman, Donkey Kong, e claro, da sua maior referência, Mario. O primeiro jogo a se chamar Mario é muito diferente dos clássico de plataforma que ficou imortalizado hoje. Por mais que a sua primeira aparição tenha sido feita no jogo Donkey Kong, Jumpman só ganhou seu nome próprio quando ganhou o seu game para arcades.

A ideia básica do primeiro Mario era andar por um cenário muito limitado, eliminando as tartarugas antes que essas chegassem no final da tela. Esse jogo tem mecânicas incríveis, principalmente pensando no multiplayer competitivo. Talvez alguns de vocês não saibam mas eu gosto muito de fliperama, tanto que já fiz 3 fliperamas e esse Mario sempre foi um dos jogos que mais a galera dava risada nas festinhas que eu costumo dar aqui em casa.

Super Crate Box é um jogo que nasceu pra atualizar algo que já foi incrivelmente dificil na época. Conseguir trazer o máximo de diversão com a menor quantidade de complexidade e mecânicas possível. Se o desenvolvedor não for muito ambicioso, acho que dá pra falar que hoje em dia não temos mais limitações técnicas pros jogos indies. Então é muito fácil pra algum desenvolvedor cair na armadilha do excesso de mecânicas em uma jogabilidade. Colocar um sistema de crafting, inventário, roguelike, open world, aprendizado de máquina ou qualquer coisa assim, sendo que na verdade todo esse excesso pode só desviar o jogador do core da jogabilidade que faz aquele game de fato divertido.

A Vlambeer Studios viu isso em 2010 e quis trazer de volta essa simplicidade. O objetivo aqui é fazer pontos coletando caixas. Cada caixa tem uma arma aleatória e quanto mais caixas você pegar, mais pontos você faz. Os inimigos não dão pontos, estão lá só pra te atrapalhar mesmo. Porém, se você não os eliminar com velocidade, vão chegar ao fim da fase e voltar mais fortes e mais numerosos.

É um conceito muito simples, mas que acaba se desdobrando em uma série de micro-decisões. Você pode pegar uma arma muito boa em uma caixa, porém você vai perder essa arma assim que pegar a próxima caixa. Talvez seja interessante matar os inimigos agora, aproveitando essa arma, ou simplesmente tentar rushar, pegar mais caixas e ir eliminando-os aos poucos. Indo por essa segunda alternativa você vai fazer mais pontos, porém é mais arriscado. Ir da forma segura aproveitando as melhores armas pode ser mais prudente, mas quanto mais o tempo passa, mais inimigos surgem. Fora que essas decisões são totalmente influenciadas pelo tipo de inimigo que está na tela, o quão próximo ele está do fim da fase e onde está a próxima caixa que você tem que pegar.

É bastante coisa pra se pensar em um jogo tão rápido. Olhando à primeira vista é até difícil acreditar que ele tem toda essa complexidade, então eu te convido a experimentar esse jogo por 5 minutos. Eu tenho certeza que você nem vai perceber quando estiver jogando à duas horas sem parar. Ainda pretendo fazer um vídeo falando mais sobre esse poder da simplicidade e micro-decisões, quem sabe aí num futuro próximo.

Super Crate Box tem uma versão pra PC completamente gratuita. Você pode baixar no link na descrição ou procurar o jogo no seu Steam. Também temos versões pagas para IOS e PS Vita. Não deixe de experimentar esse jogo incrivelmente viciante, que resgata e atualiza tempos mais simples.

Você tem que jogar Super Crate Box.

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