keyboard_arrow_up

Jumper

A grande jornada até o jogo perfeito

9 de outubro de 2019

O primeiro Jumper foi feito em 2004 e não, vocês não estão vendo errado. Esse bloquinho vermelho num jogo de plataforma não é o Super Meat Boy. Jumper é um game feito por Matt Thorson, um dos meus game designer favoritos e responsável por Towerfall e pelo cultuado jogo Celeste. Matt só tinha 16 anos quando fez o primeiro Jumper no game maker, mas foi um jogo que já chamou atenção por decisões bem interessantes de level design, como separar o jogo em pequenas fases e com uma reação bem rápida quando o jogador perdesse um vida.

Obviamente essa mecânica criada no jumper serviu de base pra jogos que marcaram o meio indie pra sempre, como, claro, Super Meat Boy. O Super Meat Boy foi um dos jogos fundamentais para que a mídia especializada começasse a dar mais atenção para indies, mostrando-os de uma forma mais séria e os colocando como uma opção de concorrência páreo a páreo com os jogos de grande orçamento. Se não fosse pela criação desse jovem de 16 anos, talvez os jogos indies não fossem o que são hoje. Jumper teve quatro sequências, sempre experimentando novas mecânicas mas mantendo a essência do jogo de plataforma rápido, direto, dificil e com pouca punição para as falhas do jogador.

O gameplay que vocês estão vendo agora é do último jogo da série, o Jumper Three (que apesar do nome é o quarto da série). Se olharmos bem, é um jogo de plataforma, pixel art, com fases rápidas, pulo duplo, em que pegar as moedas é opcional. Acho que já conseguimos ver muito da jogabilidade de Celeste aqui, foi sendo aperfeiçoada todos esses anos até culminar nesse jogo perfeito.

O motivo de revisitarmos esse jogo não é só pela importância histórica do mesmo, mas também para enxergarmos um pouco do progresso do Matt Thorson como game designer. Jogando o seu primeiro jogo desenvolvido e comparando com o aclamado Celeste, conseguimos traçar um paralelo entre os dois. Conseguimos ver uma clara evolução e refinamento das mecânicas de pulo, feedback dos controles, atrito do personagem com o chão, mas também vemos como o Matt evolui a jogabilidade de ambos os jogos com o decorrer das fases. No Jumper muitas vezes essa evolução ocorre colocando mais possibilidades para o jogador, desbloqueando novos personagens com habilidades diferentes. No Celeste essa evolução ocorre de uma forma mais sutil, fazendo o jogador manter praticamente a mesma jogabilidade do início ao fim, diversificando o cenário e a forma como o jogador aborda um desafio, usando os mesmos recursos que tem, porém de alguma forma diferente ou criativa. 

Jumper é um dos jogos mais importantes pro meio independente e sem dúvida simboliza o passo inicial que Matt Thorson deu até chegar em um dos jogos mais cultuados dos últimos anos. Eu convido você a não só conhecer esse jogo como conhecer outros feitos pelo mesmo desenvolvedor. Vou deixar o link na descrição e não só esse jogo é completamente gratuito, como muitos outros também feitos pelo Matt.

E você tem que jogar Jumper. 

http://www.mattmakesgames.com/

Comentários

Carregando mais posts...
U